sábado, 19 de janeiro de 2008

Fut-Barça

De domingos ao meio-dia pode faltar macarrão, frango e coca-cola, mas futebol não. É sagrado. Sacrifica-se a balada, o almoço do meio-dia, a namorada, mas bola, na-ni-na-NÃO! Ainda mais que a quadra tem o refresco de ser coberta para dias de sol & chuva. Abaixo relatos dos principais peladeiros...

Dudu Love - Love porque seu nome no MSN está entre vermelhos coraçõezinhos. Uma dupla sertaneja cantaria “é o amor”. Pode ser, mas que é bicha, é. Antes do jogo começar, distribuí as camisetas para separar os times. Ás vezes rola polêmicas com a Família Derose. Segundo o Thiago, sempre quer mudar as regras. Ao campo, enfim... Estilo CDF, aplicado, veloz, marcador, incansável. Chega a ser chato na marcação. Quando penso que estou prestes a fazer o gol, aparece o Playmobil da Gimba do nada e trava a bola tirando o doce da boca da criança. Outro dia perguntei porque que ele gostava tanto de me marcar. Ele: “Alguém tem que fazer isso.” Não é muito chegado a carregar a bola e fazer gols, prefere passar a bola.

Taka - No meu inicio bati boca com ele porque - que injustiça - não lhe passei a bola?! Recentemente levei um chute de bico no meu escutador de bolero. Fiquei uma semana com sensação de cerração e desconfio que até hoje não escuto direito. Acho que o Japa não vai com minha cara. Rs. Dentro de campo, desde que jogo aqui é o que mais evoluiu. O Peter concordou. Vem fazendo muitos gols, alguns, bonitos. É imprevisível. Muitos de cabeça, também, maior caixa d'água craniana! No gol já operou vários milagres.

Adriano - O tesoureiro. Trabalho duro cobrar a galera, mandar mails avisando do pagamento. Mas tem compensações: não perde um fim-de-semana, viaja todos sem exceção! A ala sensacionalista especula que role um caixa II. Nos dois churrascos que teve mostrou que manja em lidar com carnes. Também auxilia o Dudu na divisão dos coletes. E futebol? Tantas atribuições assim não sobra tempo pra jogar, ou quando não viaja, se cansa do mesmo drible - estilo ciscador - e assume a forma de "xícara" com as mãos na cadeira.

Danilo - Também viaja em todos os fim-de-semanas com o Adriano. As más línguas sugerem que o papo de cunhado é migué... Bola rolando, não tem intimidades com a redonda. Passe e chute, só de bico sem nenhuma classe. Bom cabeceador, seu negócio é a marcação. Vez ou outra cisma de marcar-me homem a homem, percebo pela sua respiração ofegante ou quando recebo falta, parece um tanque desgovernado. Pós jogo bate um bolão na mesa tomando brejas com a galera. Gente Fina.

Adriano Loco - Esse não tem freio. Traça uma linha reta e vai a toda velocidade... Às vezes chega na cara do gol, e faz o gol. De bico, sempre. Outras, tromba com quem estiver na frente. É imprudente sem ser violento. Falta noção quando, por exemplo, não levanta a cabeça e olha para o companheiro livre (ó quem fala!). Só funciona na base de alguém orientando, quando jogo na mesma equipe lhe digo a quem marcar. Terminado o jogo é caladão, discreto.

Marrom - Sem ele não haveria esse texto, pois foi ele quem me apresentou essa galera. Um dos meus grandes amigos da TAM. Figuraça. Desconfio que comsumirá mais linhas de comentários. A eles: impossível passar um jogo sem suas atrapalhadas por, falta de noção ou técnica mesmo. As populares “marronzadas domenicais” que tanto nos faz rir. Faltas imprudentes: dele recebi a falta mais violenta da minha carreira, um carrinho por trás que fosse eu o infrator, me auto-aplicaria um cartão vermelho e sairia de quadra. Outro dia tacou a bola no Adriano com a mão por tacar, feito criança. "Ah, deu vontade!", justificou. Ultimamente anda muito cobrado por sua falta de competitividade. O jogo pegando e ele querendo fazer gracinhas, chamei na chincha no intervalo. Vez ou outra protagoniza jogadas brilhantes, cagadas mesmo, porque quando resolva armar o jogo leva seus colegas de time ao desespero com passes errados. É um brasileiro que ama futebol e Corinthians, botonismo e Fê e não desiste nunca!

Sonic - Grande “amigo” do Rica. Um mala que se atira no chão por prazer, um ator. Firuleiro pra caramba, adora dar rolinhos, chapéus e rir sarcasticamente. Principalmente de mim. É inegável sua habilidade ao driblar com suas pernas de seriema. Também finaliza muito bem. Irrita quando quer chutar todas as bolas antes do meio campo. Acertou três de mil tentativas. Outra qualidade sua é o jogo aéreo, imarcável em escanteios. Na divisão de times é ele dum lado, eu do outro. Até porque seriam necessárias três bolas. Quando jogamos juntos, até tentei, mas não conseguimos fazer muitas tabelas. Ah, fez o gol de bicicleta que tanto prometi e ainda não fiz.

Peter - Dentista, palmeirense e ótimo goleiro, o Rogeiro Ceni da Kenedy. Sempre é um desafio vazá-lo. Valoriza muito também, tem bolas chutadas no cantinho ou no ângulo em que ele voa e diz que tocou só pra ficar com a fama de "putz defesassa!!!" Outra mania dele é sempre parar o jogo alegando cisco no olho, dor nas costas etc, todos sabem que é manha. O papagaio. Só ele pára o jogo pra dar conselhos de táticas e, pasmém, pro adversário. Meu sobrinho China mandou um balaço do meio campo e gritou, “valeu Peter por pedir pra eu chutar de longe”. No inicio enchia o saco pedindo pra esperarmos a bola baixar pra chutar de primeira. Não se contenta em ser goleiro e técnico, não raro abandona o gol e sai pra armar o jogo. Certa feita, rolou um puta estresse: ele não me passou a bola, saiu jogando e eu parei na jogada, indignado. Resultado, perdemos a bola, tomamos o gol e ele, revoltado comigo, abandonou o campo batendo o portão.

Thiago - Sua arma mortal, quando acerta, é um tiro fortíssimo sem tomar distância. Que já vi só ele tem esse dom. Um “atleta” azarado, sempre se contunde. Começa o jogo e na primeira jogada põe a mão na coxa, faz careta e diz “aí, porra, não vai dar”. Tipo aqueles migué do Romário. Reclamão pra cacete, um verdadeiro Doutor Pimpolho, ah vá se fudér?*#! “Mas eu tou melhorando...”, sempre diz. Médio... Antes de ir pra verdadeira Barcelona, quebrei uns paus com ele: lhe coloco na cara do gol (fato raro) e ele ainda diz “passa a bola rasteira, porra!” Cuzão também, a gente precisando de mensalistas e ele abandona o barco. Sentimos falta dos trinta contos e não do seu futebol...rs.

Gabriel – Só ele e o Adriano Loco entram em quadra de óculos. Mais esquentado que o irmão. Ficou invocado porque fiz inocentes embaixadas. Na sua última aparição não concordou com as regras do Dudu de divisão de time, fez bico e foi embora deixando o Sonic sem carona. Erra os passes porque ora põe força demais, ora de menos, segundo fontes consultadas. Sempre joga na defesa e no gol, agarra bem.

Sérgio – Pra defini-lo vou usar uma declaração sua, pós um jogo, em Boludos Aires, em que ganhamos dos argentinos por impiedosos 13x4, em novembro de 2005. Na época disse: “Num jogo de 13 gols e não faço nenhum, não mereço mais que uma nota 6...” Dois pontos: primeiro, sua nota média, dada pelos outros jogadores do clássico sul-americano, foi de 7,2, ou seja, futebol é mais que gols, no caso dele é um jogador útil para equipe, tático que, esse é o segundo ponto, faz poucos gols mesmo. Um que fez foi decisivo e surpreendente: jogo disputadíssimo, escanteio cobrado com as mãos, ele se antecipa feito um foguete e marca de cabeça (!?). Ele e seu metro e meio. Também adora criticar o excesso individualista do primo. “Você não joga pro time”, acusou.

Rafa – O melhor marcador que já joguei contra. Páreo duro passar pelo primo do Thiago. Forte, preciso na antecipação e sem cometer faltas. Todas as vezes que já antevejo uma disputa de bola já penso como driblá-lo, mas raramente com sucesso. Saindo pro jogo faz vários gols fazendo uso de um chute potente. Numa roda de fim de jogo foi cantado pelo Peter, que pediu seu celular sob o pretexto de “minha prima tá sem namorado, acho que ela ia gostar de você.” Sinistro.

Cesinha – Casou então se tornou figurinha difícil. O palmeirense joga na defesa. Se cansa e machuca fácil. Num fim de um jogo o sacaniei: ele ia marcar o gol, dei um pique aceleradíssimo e lhe tirei a bola. Sem chutar a bola, chutou meu pé e machucou o dedo. Até hoje ele me chama de maldito. “Porra, seu Madruga, deixa-me fazer um golzinho só...” Fofoca do Sonic: “Todo jogo dou um rolinho nele.”

Zé – Em terceira pessoa é foda, vamos lá com algumas passagens. É unânime, prende muita a bola e chuta quase todas irritando os companheiros. Ás vezes se sente injustiçado: “Num jogo em que de 13, 14 gols, faço 9 ainda sou criticado. É demais!” Dudu comenta que se desse um drible e batesse no gol imediatamente faria mais gols, mas sempre insiste num drible a mais. Aos 33 anos – e meio – tem como principal qualidade a velocidade. Outra particularidade é marcar gols e anunciá-los aos gritos histéricos de “golaçoooooo”!!! Para 2008 a promessa é correr menos e passar mais.