quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Quem é quem no fut-TAM

2000. Verbetes com uma breve descrição de algumas das figuras que peladeiam nas ensolaradas manhãs de sábado de futebol society, no Jabaquara. Descrições ora restrita às quatro linhas, ora nem tanto.
...Nélson... O “Euricão do Jabaquara” faz jus à fama: quer mandar! É ele quem bate os pênaltis... ir para o gol? De jeito nenhum... apita todos os lances sem apito, com a boca, falando (alto) mais que o homem da cobra... berra com os companheiros... e, claro, briga literalmente. “Se se concentrasse em jogar calado, jogaria mais”, entrega Santos. “Não sei perder, por isso, sou assim”, confessou. Com a bola nos pés, proteja bem a bola com boa técnica, mas é lento – uma enceradeira, mata o contra-ataque!

...Jonny... Se desavisado fosse de sua nacionalidade e o visse jogando na “lua”, apostaria: “Com essa raça, deve ser argentino.” Muita vontade. Contagia o time. Nunca vi igual. Ás vezes, exagera: bate-boca histericamente, atira o relógio no adversário. Decididamente, disputa as bolas como o último prato de comida. A toda essa garra, alia uma certa habilidade, porém, nenhuma Brastemp...

...D´Orázio... Não, isto não é nenhuma marca nova de salgadinhos Elma Chips no mercado. Muito menos antibiótico. É o sobrenome do Cláudio, dublê de poeta & canalha (poeta ele é. Embora nunca tenha lido nenhuma obra “claudiana”. E canalha também. Pois preside o CCP, clube dos canalhas e pederastas. Mas isso não tem nada a ver com a goiabada). Continuando, faço um pedido ao mesmo: “Cláudio, nada pessoal, mas devolva a bermuda de sua irmã!” Trata-se de uma peça roxa “berrantérrima”. Nada discreta. Coincidência ou não, desde que afanou a pobrezinha, seu futebol sumiu, ninguém sabe e ninguém viu! Deixando os assessórios de lado, o Cláudio até que é bonzinho. De vez em quando passa a bola. Mas só de vez em quando... Ó quem fala, digo, escreve... E mais: tem um vôleio diferente, que consiste num mix de balé em “slow motion” (Sei não...) com golpe do “Jiraya”.

...Wagninho... Sua maior virtude é uma canhota venenosa. Quando acerta... Em campo, lembra o desligado santista, Dodô: anda. E na sombra pra não cansar. O “craque auto-ajuda”, não raro diz: “Acredite no seu futebol, Costa.” Isto pode parecer simples, mas mexe com os brios.

...Lúcio... Sinônimo de ruindade. Não que ele seja de todo ruim, só que joga de cabeça baixa, como se estivesse lendo. Quem nunca interceptou um passe sem força dele? Todos. Falta vontade. Quem sabe um “Todinho” não resolveria? Briga feia (e hierárquica) é quando joga no mesmo time do chefe de setor, Bugalu. É cada bronca que se pensa que o rapaz sairá do campo sumariamente demitido.

...Raul... Técnica: ( ). Vontade total. Corre sem parar; e, se preciso for, vai dar carrinho no meio da rua (lá no hospital Sabóia); come grama sem ketchup; e doa sangue sem precisar de seringa.

......Labareda... Esforçado ele é. E como! Maldoso, não acho. Há controvérsias... Tecnicamente ele apanha da bola legal. Sem esquecer que ele é um cara boa praça, câmeraman dos bons (suponho eu), me manda vários & diários e-mails de mulher pelada (a do piercing eu vou te contar, hein...). Certa vez, resignado com as reclamações sobre sua falta de talento, desabafou no vestiário: “Não vou mais jogar aqui. Só tem craque.” Isto cortou meu coração... Que isso, Labah, não desista! Você é muito útil ao esquema: serve para marcar o “Alan”. Que Alan? O Alambrado atrás do gol. Lá, podia até quebrar um galho nosso: como a chave do nosso vestiário já perdeu umas três vezes – um transtorno –, ele seria o “homem chave” do esquema.

...Bugalu... Ele no time, significa correr dobrado, tal sua lentidão e falta de jeito com a bola. Se bem que, ultimamente, vem fazendo muitos gols, fruto de puro oportunismo. Um deles, de calcanhar, levará mil anos para produzir outro.

...Tico... Ao contrário do mano vizinho de cima, se movimenta bem, dribla muito (ainda que atabalhoadamente) e chuta forte. O que irrita nele, é que, quando sofre uma falta, trança as pernas teatralmente, insinuando que a falta foi muito mais do que de fato foi. Também é esquentadinho.

...Molina... “M7” vamos chamá-lo. É um ponta-direita robusto e estabanado. Num sábado, teve uma única chance de marcar um gol: mão na bola, conferência para saber se fora ou dentro (no caso pênalti). Fora. A infração foi passada rapidamente com manteiga, carinho e afeto para o M7. Gol? Não, ele, distraído, provavelmente pensando no fim de semana com a namorada, não esperava o passe, chutando prensado para fora. Em 10 minutos, botou as patas na bola três vezes!!! Bem que se vê que o esporte dele é outro. Vôlei, frescobol, palitinho... Em outro lance, pulou tentando interceptar a bola com as mãos, passou batido, possibilitando assim, o gol inimigo. O detalhe foi o pulo jocoso: um vôo para o alto tipo passe do cisne (bem gay!). Na entrevista, concedeu: “Aquela bola que eu atrapalhei os caras e eles fizeram o gol...!” Incrível. Só ele. Só ele...

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