terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Quinto andar

2001. No livro anterior conto muito da privilegiada vista da sacada do quinto andar deste apartamento, em Maceió. E continua a mesma. Talvez, com minha sensibilidade mais aguçada, tenha aumentado. Sorte que estou vendo-a pela última vez: o ap já está em processo acelerado de vendas. R$ 300.000 à vista ou parcelado, leva-se a vista. Noto que, do chão, não enxergo tanta beleza. E no quinto andar, multiplica-se por cinco a formosura. Uma definição que encontrei: é como se toda a paisagem fosse a de ¼ de um círculo esplendoroso, cuja parte de cima, ovalada, é revestida de azul celeste e um branco de encher os olhos; a superfície molhada esverdejante estende-se à parte terrestre, de areia e asfalto; vejo carros como miniaturas, transeuntes como bonecos; à esquerda, coqueiros enfileirados a se perder de vista; e detalhes outros que pontuam com charme essa obra-prima. Eu, do meu ponto estratégico, sou engolido por essa visão feita a capricho. Por isso então, usei toda essa visão em colaboração a elaboração de mais uma redação. Quantas sacadas nestas sacada??? Definitivamente, usei esse ap como base de tudo que está sendo escrito agora (textos de Nordeste). Caso a inspiração minguasse, lá ia eu em busca dela lá fora. Foi o combustível, alimento e instrumento. E, de agora em diante, são fotos, palavras e saudades.

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